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Abib Miguel, conhecido como “Bibinho”. Estimativas do MP indicam que o patrimônio imobiliário de Bibinho é de cerca de R$ 200 milhões.

O juízo da 4ª Vara Criminal de Curitiba recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), contra o ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Abib Miguel, conhecido como “Bibinho”, e mais doze pessoas por envolvimento em desvios de dinheiro público do legislativo estadual.

De acordo com a denúncia, entre os anos de 1997 e 2010, Abib Miguel foi responsável pelo desvio de mais de R$ 216 milhões, em valores atualizados, envolvendo a contratação de pelo menos 97 funcionários “fantasmas” pela Alep.

Os recursos desviados eram “lavados” através da aquisição de imóveis urbanos e rurais, em nome do próprio ex-diretor e de seus familiares, em vários estados do país, e de sua posterior exploração (agrícola ou extração de madeira ou minérios, por exemplo). Na denúncia, foram descritos pelo menos 60 imóveis utilizados no esquema, localizados no Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo.

Abib Miguel, sete familiares e outras três pessoas são acusadas pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outros dois envolvidos nos desvios estão sendo processados apenas por lavagem de dinheiro. A Justiça determinou, ainda, o sequestro de bens dos denunciados e a prisão preventiva, com relação a esse novo processo, de Abib Miguel (que já estava preso por outra decisão judicial).

Prisão – 
Em novembro de 2014, Abib Miguel foi preso, no aeroporto de Brasília, no momento em que recebia cerca de R$ 70 mil, em dinheiro vivo, do administrador de suas propriedades no estado de Goiás, oriundos da exploração de imóveis localizados na região. Na época, foram cumpridos outros quatro pedidos de prisão temporária, 14 mandados de busca e apreensão e três conduções coercitivas.

Denúncias e consultas a cartórios levaram o Ministério Público do Paraná (MP) a identificar 60 imóveis em nome do ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa Abib Miguel, parentes e supostos laranjas. Conhecido como Bibinho, o ex-diretor é acusado de comandar um esquema de funcionários fantasmas que teria desviado, no mínimo, R$ 216 milhões.
Patrimônio

Além de uma fazenda milionária em Goiás e outros bens que já haviam sido bloqueados pela Justiça, o Ministério Público identificou mais dezenas de imóveis ligados a Bibinho.
– Imóvel adquirido em novembro de 2009, em Pedra Grande, no Rio Grande do Norte, no nome dos três filhos do ex-diretor.
– Três imóveis comprados em maio de 2014, em Arraias, no Tocantins, em nome de uma das filhas.
– Imóvel comprado em fevereiro de 2014, em Paranã, no Tocantins, em nome de uma das filhas.
– Imóvel adquirido em fevereiro de 2007, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, em nome de um dos filhos e de dois “laranjas”.
– 11 imóveis comprados entre 1999 e 2007, em Rebouças, no Paraná, em nome de Abib Miguel, de filhos e parentes, e de supostos “laranjas”.
– 15 imóveis negociados em novembro de 2014, em Ponte Alto do Bom Jesus, no Tocantins, em nome de uma das filhas.
– Constam também veículos, frações de empresas, arrendamentos e outros bens em nome do ex-diretor e de sete familiares. Nenhum deles teria sido, de acordo com o Ministério Público, alvo de bloqueios de bens decretados anteriormente pela Justiça.

As informações constam de uma ação proposta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público Estadual, que foi acatada pela juíza Melissa de Azevedo Olivas, da 4.ª Vara Criminal de Curitiba. A juíza também decretou nova prisão preventiva de Bibinho, que está preso desde novembro, quando foi flagrado no aeroporto de Brasília com R$ 70 mil em espécie. As propriedades estariam em nome dele e de supostos “laranjas”, além de parentes. Além do ex-diretor, mais doze pessoas foram denunciadas por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Estimativas do MP indicam que o patrimônio imobiliário de Bibinho é de cerca de R$ 200 milhões. O cálculo foi feito com base em informações que constam dos registros de imóveis, em contratos de compra e venda.

A investigação do Gaeco indicou que os salários de pelo menos 97 funcionários “fantasmas” eram desviados e “lavados” por meio da aquisição de imóveis urbanos e rurais, em nome do próprio ex-diretor e de seus familiares. As propriedades estão localizadas no Paraná e também em Goiás, Tocantins, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo.

Fonte: Ministério Público do Paraná/ Gazeta do Povo/ WEB.

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