O Ministério Público do Paraná cumpriu na manhã desta sexta-feira, 19 de junho, mandados de prisão preventiva dos secretários municipais de Saúde e de Administração e de uma servidora da prefeitura de Ibema, além de três empresários de Cascavel, no Oeste Paranaense. Em Ibema, também foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na prefeitura, em residências de servidores e empresários, farmácias, hospital e posto de saúde.
O núcleo regional do Gaeco em Cascavel investiga o grupo por associação criminosa, fraudes a licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e receptação. Foram apreendidos computadores, documentos, medicamentos, R$ 26 mil em dinheiro e R$ 30 mil em cheques. O Juízo Criminal de Catanduvas também determinou o bloqueio de bens imóveis, veículos e contas bancárias dos investigados.
O esquema – As investigações do MP-PR, iniciadas em janeiro deste ano, indicaram a existência de uma associação criminosa envolvida em fraudes a licitações para aquisição de medicamentos, superfaturamento de valores e quantidades de remédios e produtos médico-hospitalares, emissões de notas fiscais e notas de empenho fictícias, desvio de medicamentos para particulares e pagamento de propina por empresários a servidores públicos. Estima-se que o prejuízo causado ao município de Ibema com o esquema tenha sido de R$ 1 milhão.
Durante as apurações, o Gaeco também encontrou indícios de que empresários estariam associados a servidores públicos de outros municípios da Região Oeste do Estado, para a mesma prática criminosa. As situações serão investigadas.
Foram divulgados pelo Gaeco (Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado) os nomes das pessoas que foram presas durante operação de combate a fraudes em licitações de medicamentos, realizada nesta sexta-feira. Os mandados foram cumpridos em Ibema e também em Cascavel.
Em Cascavel, foram presos Gelson Martins Teixeira (dono da FernaMed), Alexsandro dos Santos (dono da DZ9, empresa de fachada que atuava junto com a FernAmed), Odair Sartori (dono da distribuidora Gralha Azul).
Já em Ibema, foram detidos o secretário de Administração do Município, Valdir Schaefer, a Secretária de Saúde, Eunice Vieira de Lara e a assistente da Secretária de Saúde, identificada como Nézia dos Santos. O prefeito de Ibema, Antônio Rabel, também é alvo das investigações. O Gaeco pediu a prisão preventiva do chefe do Executivo, mas teve a solicitação negada.
O esquema
O esquema consistia no pagamento de propina – valores mensais que variavam – em troca de fornecimento de remédios vencidos, medicamentos prestes a vencer, além de envio de produtos a menos do que constava em notas fiscais. Os valores das diferenças obtidas com a artimanha eram divididos, segundo o Gaeco, com os integrantes da organização criminosa. O prejuízo seria de aproximadamente R$ 1 milhão.
Fonte: Ministério Público e WEB