Diante da dor, que dilacera o peito do cidadão,
Assusta e marca a vida de cada irmão, quase sem explicação,
Aparece torcendo as mãos, os santos de plantão.
São os corvos da desgraça, oferecendo ajuda com dedicação.
Falsos amigos da sociedade, roubam, na calada da noite, milhão
De dia, sorrindo, estende o tostão!
Senhores vereadores, deputados, senadores, excelências!
Quando calaram diante do roubo, sem clemência, indecência,
Vistas grossas, partilharam o desvio da merenda, da saúde, segurança,
Omitiram, ignoraram, participaram, fingiram demência.
Das obras, grossas somas no processo eleitoral, em caixas, pacotes e envelopes,
Abasteceram os contratos, artefatos para a corrupção.
Nos corredores, estertores, doentes sem remédios, agonizavam
Nos banquetes, as panças se enchiam de camarão!
Agora, vem solícito, disfarçado, pele de ovelha, oferecer compaixão
E o pobre ignorante, suplicante, estende a mão.
Excremento, sem caráter brinca e zomba dos coitados necessitados
Na fotografia, na self um anjo, um demônio disfarçado.
Vade retro desgraçado!

Sir Carvalho

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